Instituído em 1999 pela Organização das Nações Unidas, o “Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres” surgiu como homenagem a “Las Mariposas”: Minerva, Maria Teresa e Pátria, assassinadas em 25 de novembro de 1960 pelo ditador Rafael Trujillo, na República Dominicana. Lutar contra um regime autoritário custou a vida dessas mulheres. Novembro, entre outras datas, serve para reforçar que as mulheres continuam sendo vítimas de todo tipo de violência.
E por que lutar?
No Brasil, 43% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; para 35%, a agressão é semanal (Centro de Atendimento à Mulher). Em média, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada em nosso país. (Fórum Brasileiro de Segurança Pública). Mais de 100 milhões de meninas no mundo poderão ser vítimas de casamentos forçados durante a próxima década (UNICEF).
Em um ranking mundial que analisou a desigualdade de salários em 142 países, o Brasil ficou na posição 79 (Fórum Econômico Mundial). Vão se passar 80 anos para que mulheres ganhem o mesmo que os homens. Igualdade de salários só em 2095 (Fórum Econômico Mundial).
As brasileiras ganham, em média, 76% da renda dos homens (IBGE). Apenas 5% de cargos de chefia e CEO de empresas são ocupados por mulheres (Organização Internacional do Trabalho). As mulheres são menos propensas a participar do mercado de trabalho do que os homens e têm mais chances de estarem desempregadas na maior parte dos países do mundo (Organização Internacional do Trabalho).
Cerca de 70% de todas as mulheres do planeta já sofreram ou sofrerão algum tipo de violência em, pelo menos, um momento de suas vidas — independente de nacionalidade, cultura, religião ou condição social (ONU).
Lutar por direitos das mulheres é se colocar contra as sombras que condenam às mulheres a espaços de submissão e apagamento. É proteger e cuidar de todas, criar laços, estender as mãos. As mariposas são insetos de hábitos noturnos, que voam em direção à luz. São chamadas de ‘bruxas’. Hoje, as bruxas somos nós, que lutamos contra um sistema responsável por muita dor e perseguição. Hoje somos nós que devemos voar em busca da luz. Nesta e em outras datas, devemos resgatar a história de lutas de mulheres que inspiram. A BemTV sugere a leitura do livro “Mulheres extraordinárias que revolucionaram o Brasil”, que reúne perfis de diversas mulheres e suas histórias de enfrentamento. Da força extraordinária das mulheres surge a transformação!
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