Por Zuri Moura e Larissa Moura, para Agência Jovens Comunicadores.
O conjunto de letras que compõem a sigla LGBTQ+, é um símbolo de diversidade, resistência e pertencimento. A sua diversidade é ampla e contempla diversas formas de existir e ser diferentes, aquelas que fogem da heteronormatividade e da cisgeneridade. Um marco de resistência ao preconceito e a discriminação social, os dando local de pertencimento e de validação enquanto seres humanos.
De acordo com dossiê feito pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, o país segue no topo de países que mais matam pessoas LGBT’s no mundo. Essa violência atravessa de diversas formas a vida dessas pessoas, seja por meio de agressão física, verbal ou psicológica.
Durante a pandemia de Covid-19, para a contenção da circulação e disseminação do vírus, o melhor meio foi o isolamento social. Porém, a realidade de pessoas LGBT’s que vivem em lares conservadores é
de extrema insegurança, pois além de estarem vulneráveis a preconceitos e outras formas de violência, podem ter a sua saúde mental abalada.
“Autoaceitação”
Podemos observar a vivência de Fabrício Arruda, de 20 anos, morador de São Gonçalo e estudante de Enfermagem na UFRJ. Fabrício é um homem cisgênero e gay, e relata ter tido a sua orientação sexual vista como errada e demonizada pelo meio cristão, no qual viveu boa parte da sua vida, e ridicularizada por meio de bullying, apenas por fugir da heteronormatividade e ser afeminado.
O jovem relata que “Em 2020, pude me aceitar melhor, estudando sobre o assunto e com o auxílio dos meus amigos, e também fiz um acompanhamento psicológico, pois foi algo muito duro pra mim por conta da igreja sempre crucificar a homossexualidade. Meu processo autoaceitação é
diário pois somos diariamente confrontados por uma sociedade homofóbica”.
Durante o período de pandemia, tivemos uma mudança drástica nas relações humanas, e a saúde mental de muitas pessoas foram afetadas, sendo atrelada a uma quarta onda das consequências da pandemia – segundo a biblioteca do Ministério da Saúde. Fabrício tende a ocupar sua mente focando nos estudos,
mas acaba sentindo muita ansiedade, nesse período de isolamento social, “quando eu fazia terapia era muito bom, gostaria de continuar fazendo, mas infelizmente por conta de condições financeiras eu tive que deixar pra lá”, relatou o jovem.
Políticas públicas eficientes – tais como: acesso à terapia, rodas de debates, grupos de apoio e centros de acolhimento – devem ser tomadas, a fim de atender a uma grande parcela da comunidade que sofre com problemas estruturais da sociedade brasileira. Uma luta que deve ser somada a quebra de paradigmas, preconceitos e estereótipos, com o intuito de incluir e sanar tais problemáticas. Medidas como essas já são encontradas de modo gratuito ou à preço popular, em polos regionais e municipais, pelo país. Porém, pouco se é estendido a uma gama maior de pessoas, o tornando pouco acessível e elitizada, quando
analisada sobre a perspectiva de pessoas periféricas e à margem da sociedade.
O projeto Jovens Comunicadores é uma realização da Bem Tv em parceria com a Plataforma Pluriverso. Apoio OPAS, Fiocruz, Canal Saúde e Coordenação de Cooperação Social e Governo do Canadá. Patrocínio Petrobras, Governo Federal através da Lei de Incentivo da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado do Rio de Janeiro.