Alex Gomes, presidente do Pela Vidda Niterói.
No Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, celebrado em 1º de dezembro, somos lembrados de que a erradicação da epidemia de HIV/AIDS só será alcançada com o protagonismo das comunidades e a força da comunicação popular. Este ano, a mensagem de “Comunicação Popular” deve ressoar não apenas nesta data, mas ao longo de todo próximo ano. Emergindo dos movimentos sociais, a comunicação popular é um instrumento poderoso de transformação, descrito como libertador e transformador, com o povo como gerador e protagonista. Essa forma de comunicação é alternativa, participativa, horizontal, comunitária, dialógica e radical, buscando suprir as necessidades de sobrevivência e participação política para alcançar justiça social.
Para liberar todo o potencial das comunidades no combate à AIDS, é essencial que seus papéis de liderança sejam incorporados em todos os aspectos dos programas de HIV, desde a formulação até a avaliação. A utilização de terminologias que humanizem e respeitem as pessoas que vivem com HIV é fundamental. O estigma, preconceito e discriminação ainda persistem em nossa sociedade, alimentando medo, culpa e desinformação. Devemos usar “pessoa que vive com HIV” em vez de termos como “portador” ou “aidético”, evitando expressões como “vítima da AIDS” ou “paciente de AIDS”, que podem estigmatizar. O foco deve estar na pessoa, não na condição, enfatizando que são indivíduos com sonhos, planos e direitos.
O mundo pode dar uma resposta muito mais decisiva ao HIV através da colaboração da comunicação popular e do fortalecimento das vozes das organizações comunitárias. As comunidades organizadas têm a capacidade de conectar os serviços de saúde pública às pessoas, colocar as necessidades reais no centro da resposta e inovar em estratégias de prevenção e cuidado.
Este Dia Mundial de Luta Contra a AIDS é mais do que uma celebração das conquistas; é um apelo à ação para permitir e apoiar as comunidades em seus papéis de liderança. É imprescindível que as lideranças comunitárias sejam integradas nos planos e programas de HIV, haja financiamento adequado para as iniciativas comunitárias e sejam removidas as barreiras legais e sociais que impedem sua atuação.
A mudança não depende de um momento, mas sim de um movimento contínuo. Portanto, é imperativo que as comunidades sejam empoderadas para liderar a resposta ao HIV, garantindo uma abordagem mais contundente, inclusiva e sustentável no combate à epidemia. A comunicação popular permite adaptar mensagens de prevenção e cuidado para diferentes públicos, especialmente os mais vulneráveis. Exemplos disso incluem o uso de redes sociais e plataformas digitais para alcançar jovens e a criação de conteúdo por pessoas vivendo com HIV, como podcasts e canais no YouTube, para compartilhar experiências e informações.
Nunca foi tão vital fortalecer as Organizações da Sociedade Civil, as Comunidades e as Políticas Públicas no enfrentamento à AIDS e na promoção da conscientização. A união de esforços é essencial para superarmos esses desafios e avançarmos em direção a um mundo livre da AIDS.