Diversidade de crenças e liberdade religiosa

Como todos já sabem, o Brasil, assim como outros países, é rico em diversidades de todas as formas. A palavra diversidade significa pluralidade, variedade, diferença. Ou seja, é tudo aquilo que apresenta diversos aspectos e se diferenciam entre si. Ao falar de religião é importante ressaltar a pluralidade de crenças, a qual é um direito fundamental de cada ser humano. Cada crença traz consigo sua própria história, fundamentos, tradições e acima de tudo, sua própria identidade. A pluralidade é constituída por diversas raças, culturas e religiões, permitindo que o ser humano possa ser um indivíduo, exercendo suas crenças e culturas. Contudo, infelizmente a intolerância existe, e com isso, se manifesta o preconceito, a humilhação e a violência sobre aquele dito “diferente”. E, a partir do momento em que alguém é humilhado, discriminado ou violentado devido sua cor, ou crença, ele tem seus direitos constitucionais e humanos violados, com isso, mesmo é vítima de um crime e o Código Penal Brasileiro prevê punição aos agressores.


Esse mesmo tema, assim como a liberdade religiosa, estão ligados à laicidade, porém, quando um país se declara laico, deve proteger principalmente a liberdade religiosa e a diversidade de crenças de um determinado país, entretanto, o Brasil mesmo se declarando como um estado laico, não garante esse direito a todos os cidadãos, não é à toa que vemos inúmeros casos de intolerância religiosa sendo noticiados em inúmeros momentos. Como a invasão a terreiros de umbanda e candomblé, que, além de serem locais sagrados de culto, são também guardiões da memória de povos arrancados da África e escravizados no Brasil e, ao desrespeitar a espiritualidade desses povos, assim como os indígenas, ou tentar impor sua própria visão de que a religião a qual professam é falsa, são atos de intolerância. E, bem
como afirma o artigo 18°, Declaração Universal dos Direitos Humanos “toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”.

Um estado laico não deve influenciar na religião ou na crença pessoal de seus cidadãos, porém, no governo atual do Brasil tem como lema levado pelo atual presidente sendo “o Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, vemos a clara imposição da religião majoritariamente cristã sobre as demais. É fato que a intolerância religiosa não é sobre uma religião apenas, porém, de acordo com a legislação, afirma que o Brasil é um país laico, pois, conforme o artigo 19 da Constituição Federal que afirma “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.”

Religiões de matriz africana e afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda, sofrem opressão desde séculos atrás até os dias atuais e contam apenas com 0,3% dos brasileiros, sendo um número gritante quando se há 64,6% de uma população sendo católica e 22,2% sendo população evangélica. Também devido isso, faz com que o Brasil não esteja livre da intolerância religiosa e não seja totalmente passível à diversidade de crenças. E de acordo com dados do Disque 100, apurados pela TV Brasil, constam que entre 2011 e 2014 foram registrados 543 casos de intolerância religiosa, dentre eles 35% eram praticantes de umbanda e candomblé.

Compreender a diferença do outro permite a criação de oportunidades de aprendizado e respeito com o próximo, bem como seus costumes, culturas e crenças, contudo, o indivíduo é por natureza individualista e a sociedade contribui para fomentar essa visão dos mesmos, não possibilitando o reconhecimento do que se difere e somar ao coletivo ao mesmo tempo. Ser tolerante é uma virtude de muitos, ainda que não muito praticada, mas ser paciente, compreensivo, respeitoso é para poucos, somente os de mente aberta e coração puro podem exercer, acima de tudo conviver em total harmonia sem distinção de raça, sexo,
política ou religião sem preconceito, ou descriminação. A intolerância religiosa é um crime e está longe de ter um fim, por isso, o diálogo e a informação são de extrema importância para prevenir esse problema.

Clique aqui e veja mais conteúdos dos Jovens Comunicadores.

COMPARTILHAR

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email

CATEGORIAS

Veja também