Você já assistiu ao “Memórias do Preventório”, produzido pelo Olho Vivo?
Em 2003, a Bem TV realizou o Projeto Olho Vivo, em que os jovens do Grupo Nós na Fita (que surgiu na primeira oficina de TV e Vídeo, em 1999, na Comunidade do Preventório) foram convidados a ser monitores no novo projeto. “Memórias do Preventório” conta a história do Morro do Preventório, que fica no bairro de Charitas, em Niterói.
O documentário conta como, em meados do século XIX, grandes surtos de doenças ocorreram na Cidade do Rio de Janeiro, como cólera, febre amarela, malária, obrigando o Governo Imperial, que tinha sede no Estado, a combater esses surtos. Por decisão, foi alugado, para as Bandas D’além, hoje município de Niterói, um grande casarão de abrigo e isolamento para os doentes. Daí o nome da comunidade ser chamada de Preventório (que significa prevenir). O documentário aposta em conversas com moradores da comunidade, contando suas experiências e histórias.
Conversamos com Luciano Simplício, que participou da produção do curta, e ele nos contou o processo de criação de “Memórias do Preventório”.
Como foi o processo de criação e produção do “Memórias do Preventório?
O primeiro que a gente fez foi o “Faxina Geral”, “Memórias do Preventório” foi depois. O projeto era o Nós na Fita, que se tornou o Olho Vivo, que surgiu recentemente. O processo de pesquisa foi bacana porque no primeiro momento a gente tinha uma ideia, que depois foi sendo reconstruída, porque até então na cabeça era aquela coisa de apresentação e tal, aí criou-se essa narrativa das pessoas contando a história, né. Então primeiro a gente se reunia lá no Preventório… boa parte do roteiro foi realizada junto com o Marcelo Valle, ele deu uma ajuda bacana nisso, ele já tinha uma experiência em fazer esse levantamento histórico pra outros projetos assim, de maneira mais afetiva, como a gente costuma fazer hoje, uma expertise da BemTV hoje, fazer levantamento histórico mais afetivo, a partir do olhar dos moradores. E aí foi tranquilo, a gente começou a buscar as pessoas, até porque era uma comunidade, na época, bem tranquila de trabalhar, então a gente conseguia ir na casa das pessoas, ou então alguém indicava: ” ah, fulano mora aqui há tanto tempo”, “ah do lado de lá”, no vídeo você percebe que tem essa coisa de ” lado de lá e lado de cá”, mas foi tranquilo, pra gente não teve nenhum entrave, foi buscar moradores mais antigos, pra que pudessem falar, contar sobre a comunidade.
Você também participou do processo de Direção? Como foi?
Fiz algumas direções, e o processo foi muito coletivo. Não teve alguém que direcionou algo, até porque era uma experiência nova pra mim. A ajuda do Marcelo Valle foi muito forte nessa área porque ele era uma pessoa que tinha mais experiência. Foi interessante dirigir, fazer as perguntas, um processo bacana, porque eu comecei a desenvolver também meu lado de entrevistar, de falar com as pessoas. Isso foi muito maneiro.
Veja o curta e comente o que achou!